segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Caixa reúne todos os discos gravados por Simonal entre 1961 e 1971

Depois do documentario "Ninguém sabe o duro que eu dei", assistido por quase 70 mil pessoas, "Nem vem que não tem", biografia escrita pelo jornalista Ricardo Alexandre; o "Baile do Simonal", CD e DVD ao vivo em que diversos artistas interpretam seus sucessos, chega as lojas a caixa "Simonal na Odeon", que reúne todos os discos gravados por ele entre 1961 e 1971, marcando uma verdadeira avalange de produtos do cantor Wilson Simonal.

"Eu tinha a esperança que isso ia acontecer em algum momento", festeja o filho de Simonal, o também cantor Wilson Simoninha. "Fico obviamente feliz por mim, mas mais feliz ainda pela cultura brasileira. As pessoas precisavam conhecer a obra do meu pai. E, por causa de tudo aquilo que aconteceu, não conheciam. A história da música brasileira tinha esse lapso".

Simoninha se refere ao episodio em que Simonal recrutou dois militares para "dar uma dura" no contador Rafael Viviani, que teria desviado dinheiro do cantor. Viviani foi sequestrado e torturado nas dependências do Dops, órgão de repressão política da ditadura militar. No julgamento do caso, Simonal foi apontado como informante do regime e condenado a cinco anos de prisão, depois revistos para seis meses. As acusações nunca foram comprovadas, mas ele jamais conseguiu escapar da fama de dedo-duro.

A caixa "Simonal na Odeon" é a melhor maneira de entrar em contato com a fase de ouro do cantor. Os discos já haviam sido lançados em 2004, mas estavam fora de catálogo. "Na época, foram produzidas apenas duas mil unidades", conta Simoninha. Como o lançamento aconteceu justamente num momento de troca de diretoria da gravadora, a caixa foi colocada nas ruas às pressas. "Se não saísse naquela hora, não sairia mais", afirma.

Além dos doze álbuns lançados entre 1961 e 1971, a caixa também traz um CD só de raridades. São faixas que só haviam saído em compacto, versões alternativas e até músicas inéditas, encontradas nos arquivos da Odeon. "Achamos coisas incríveis e digitalizamos de uma forma bacana", lembra Simoninha. "Pela própria trajetória do Simonal, as fitas estavam em ótimo estado. Ninguém ouvia".

Confira o video de Simonal e Elis Regina no programa O Fino da Bossa, na Record, em 1966.

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