
A caixa inicia-se e encerra com dois álbuns históricos. Obrigatório em qualquer discoteca básica de música brasileira popular, Samba Esquema Novo, de 1963, é o revelador álbum de estreia. Como diz o título, Jorge Ben criava ali uma nova batida para o samba, pós-bossa nova, fazendo do violão um instrumento de ritmo, dispensando o contrabaixo da orquestra, como comentou Armando Pitigliani na contracapa do LP. No repertório, pelo menos três clássicos instantâneos: "Mas, Que Nada!", "Chove, Chuva" e "Por Causa de Você, Menina".
Quando África Brasil (1976) foi relançado em CD na série "Samba & Soul", Charles Gavin comentou que tudo o que sempre se quis saber sobre samba-rock estava naquele disco. Misturando o suingue do samba com funk e rock pesado, Ben evoluía na mistura que ele próprio criou e que até hoje ferve nas pistas para casais de dançarinos malabaristas rodopiarem. O disco de 76 abria e fechava com dois tijolaços: "Ponta de Lança Africano" (Umbabaraúma), regravado pelo Soulfly décadas depois, e a faixa-título, remake de Zumbi. Foi nesse disco que ele também registrou uma das inúmeras versões de "Taj Mahal".
Outro dos mais importantes dessa fase é A Tábua de Esmeralda" (1974), que tem "Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas", "Hermes Tri" e "Errare Humanum Est", com letras de temática e referências existencialistas e mágicas, como a tábua que dá título ao disco, cujo texto foi escrito pelo faraó egípcio Hermes Trismesgisto, homenageado também em "África Brasil". Tem ainda a gravação original de "Zumbi" e outros hits - "Minha Teimosia", "Uma Arma pra te Conquistar" e "O Namorado da Viúva".
Os outros álbuns são Sacundin Ben Samba (1964); Ben É Samba Bom (1964); Big Ben (1965); Força Bruta (1970); Negro É Lindo (1971); Ben (1972); 10 Anos Depois (1973), Solta o Pavão (1975) e Gil & Jorge (1975).
Confere ai um video raro de Jorje Ben Jor dividindo o palco com Tim Maia em 1981.
Nenhum comentário:
Postar um comentário